
A infertilidade é a incapacidade de engravidar após tentar uma gestação durante o período de pelo menos 12 meses, tendo relações sexuais com frequência e sem o uso de preservativos ou outros métodos anticoncepcionais.
Em geral, recomenda-se que os casais que tentam engravidar, chamados também de “tentantes”, esperem um determinado período antes de buscar ajuda médica, já que é normal que haja uma certa janela de tempo até que a reprodução possa acontecer. Entretanto, acima quando existem comorbidades ou cofatores de risco para a fertilidade ou ainda acima dos 40 anos, recomenda-se investigar a fertilidade potencial para planejar melhor momento reprodutivo.
Até os 35 anos de idade, as chances de uma paciente engravidar são de cerca de 25% ao mês, sendo que essa taxa cai conforme a idade avança. Após essa faixa etária na mulher, recomenda-se não aguardar mais que 06 meses de tentativas para iniciar uma avaliação da fertilidade.
A infertilidade pode ser masculina, feminina ou combinada. Esta última ocorre quando ambos os componentes do casal apresentam algum tipo de dificuldade para engravidar.
Dentre os cofatores de infertilidade, a idade avançada é um dos principais preditores de sucesso, capaz de reduzir as chances de pessoas de ambos os sexos. Este fator vem se tornando cada vez mais comum, com as famílias se constituindo mais tardiamente. A idade avançada está associada aos gametas (óvulos e espermatozoides) que “envelhecem” e acabam apresentando mudanças que podem dificultar a gravidez ou a manutenção dela até o final.
Entre as causas comuns de infertilidade feminina, podemos destacar algumas:
• Mudanças do útero e órgãos pélvicos da mulher promovidas por miomas, endometriose e adenomiose;
• Problemas nas tubas uterinas, como inflamação e infecções (salpingite), evoluindo com obstruções nas tubas uterinas, que podem ficar colapsadas, impedindo que o espermatozóide encontre com o óvulo para fertilizá-lo ou que o embrião fertilizado chegue até o útero para se implantar;
• Problemas relacionados à ovulação, sendo o mais comum a síndrome dos ovários policísticos;
• Problemas de tireoide como tireoidites ou disfunções (hipotireoidismo ou hipertireoidismo).
Na infertilidade masculina as causas mais comuns incluem:
• Problemas de ejaculação, como ejaculação retrógrada;
• Pouca mobilidade dos espermatozoides;
• Infecções no aparelho reprodutor (como caxumba, prostatites e uretrites);
• Alterações hormonais;
• Varicocele.
De modo geral, a infertilidade é uma condição multifatorial, em que inúmeras variáveis estão presente e precisam ser investigadas com bastante critério.
Na maioria dos casos de infertilidade tem cura/tratamento, independente do gênero. Mas é de extrema importância fazer a investigação criteriosa para chegar a um diagnóstico e definir o tratamento adequado. Para concluir um diagnóstico é necessária avaliação da ovulação; estudo das tubas; e avaliação do útero, entre outros exames. Nos casos masculinos a avaliação completa do líquido seminal (esperma) é o primeiro passo.
Na Bahia, na cidade de Salvador, o Hospital Universitário Professor Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia (Hupes-UFBA/Ebserh), possui um programa de atenção integral e humanizada voltado à assistência reprodutiva.
Trata-se do Programa APOIAR (Ambulatórios, Pesquisas e Orientações Integradas em Assistência Reprodutiva), desenvolvido pela equipe da Unidade de Saúde da Mulher. O serviço é gratuito, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e visa alcançar pessoas na faixa etária entre 19 e 45 anos com interesse em engravidar.
As pacientes recebem atendimento clínico e, caso seja necessário, são indicados exames como ultrassonografia, cariótipo, sorologias e dosagens hormonais, entre outros, os quais podem ser realizados no próprio Hupes-UFBA ou em uma unidade da rede referenciada.
As pessoas interessadas devem se dirigir a uma Unidade Básica de Saúde. Nesse caso, as solicitações poderão ser feitas por profissionais de Saúde via plataforma de consultorias do TelessaúdeBA, da Secretaria de Estado da Saúde da Bahia ou podem ser encaminhadas por meio de unidades parceiras como a Maternidade Climério Oliveira (MCO-UFBA/Ebserh); Centro de Saúde Vida Plena (CCVP); Serviço de Informações de Agentes Teratogênicos (SIAT); Serviço Médico Universitário Professor Rubens Brasil (SMURB-UFBA), no caso de profissionais, docentes e discentes da UFBA.
As consultas são realizadas nas segundas das 7h às 13h, e nas quintas, das 13h às 19h, no Ambulatório Magalhães Neto do Hupes-UFBA/Ebserh.